Eliana de Freitas

Que histórias são essas?

Textos


Rose, eu não sabia nem por onde começar, não só essa mensagem, mas na primeira vez que pisei na Cooperifa e ganhei o seu olhar, o seu abraço e me inspirei na sua determinação. 

Você sabia o que precisávamos ser, como devíamos agir e respeitar a tantos talentos novos aparecendo com a arte do povo para o povo.

A sua autoridade com as palavras, sem vociferar, nos levava ao silêncio e ao respeito. Que voz linda, clara, aberta, tocante, engajadora, motivante, cativante.

Em teus ouvidos várias vezes segredei meus medos, inseguranças pela condição de mulher na pista, mãe solo, insistentemente escritora mesmo que anônima.  Na mesma hora você sabia exatamente onde estava o meu valor e reacendia a minha chama, a coragem de seguir em frente.

Ano passado pela minha doença, tive poucos contatos com as pessoas, mas recebi o seu vídeo para 2025: eu só não quero cantar sozinho...

Sim, sozinha não. Você transformou um bando de pessoas de todas os gêneros, raças e religião num coletivo de arte e acolhimento, não sou eu, ela, ele ou aquele, somos nós em silêncio ouvindo,

somos nós consumindo arte produzida na quebrada, valorizando a nossa gente.  

Hoje, chorando a saudade de você, da sua independência, tenacidade, jogo de cintura e autoridade. E com uma missão gigante de levar o seu canto, mesmo que não tenhamos a sua voz, para todas as quebradas do mundo, de onde estiver, mande qualquer missão, Rose, estaremos para servir à sua memória. 

Te amei e vou continuar amando, gratidão minha linda.

Eliana de Freitas
Enviado por Eliana de Freitas em 26/01/2025


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