Eliana de Freitas

Que histórias são essas?

Textos

Escolhi os meus candidatos

Não sei se conhecem a crônica Os partidos ficaram tão iguais... Eu não votei e ninguém deu pela minha falta que publiquei em outubro de 2008, de lá para cá várias coisas mudaram, verdades caíram e parece que a homogeneidade dos partidos começa a ser quebrada.

Falando das mudanças, naquela fase eu cozinhava para um batalhão e só beliscava, hoje não cozinho nem a pau, como por um batalhão e sou mais solitária.

Há dois anos eu jurava que à analista eu não voltaria para sanar minhas questões filosóficas de foro íntimo. Há dois meses voltei, pois sem ajuda profissional não sei onde está o meu caminho, nem sei se ele existe, nem sei se quero caminhar, ah, deixa estas para ela resolver.

Naquele dia que eu não votei, achei que precisava justificar só para mim a minha apatia eleitoral, afinal o erro foi da mesária, registrado em ata com vistas do coordenador geral, porém no TRE não consta o fato e tive que pagar R$ 3,00 de multa, mesmo sendo inocente, será? Inocente? Alguém que chega com dois minutos de antecedência para um compromisso desse tamanho, sem qualquer candidato escolhido, pode-se dizer inocente? Registro aqui com pesar mais um serviço público que não funcionou a contento.

Verdades caíram... As minhas, as suas, as nossas. Na verdade não caíram só nesses últimos dois anos, algumas quando caiu o muro na Alemanha, outras quando vimos o resultado do comunismo nos países aderidos, em 2005 quando Roberto Jefferson nos apresentou o mensalão, nos últimos tempos quando percebemos que a Internet não trouxe só o bem.

O frenesi de mudanças tecnológicas, de costumes e o avanço quantitivo da política e não qualitativo, nos coloca no tempo do vácuo de ideologias. Não porque não as temos, talvez até tenhamos, mas cadê a coragem de professá-las? Arriscar levantar qualquer bandeira que neste ritmo de vida, pode cair amanhã? Sim, amanhã mesmo. Nada, absolutamente nada, consegue tempo suficiente de estudo, análise e contemplação para se consolidar em alguma verdade. Estou melhor elaborada filosoficamente hoje, porque estive ontem num evento da Marilena Chaui, ela lançou a coleção Filosofias, o prazer de pensar - como eu disse a ela: um objeto de utilidade pública, li ontem mesmo o primeiro livro, tem tudo que você quer perguntar a um filósofo e não sabe se pode, deve ou se sequer existe.

Homogeneidade dos partidos - Aquela eleição de 2008 era municipal, os candidatos parecidíssimos em tudo, propostas, etc. O Lula saiu na Folha quase beijando o Collor. Nos partidos, para ninguém ser cassado aqui ou acolá, todos se unindo em várias esferas do poder, muitas notícias assim, sobre conchavos.

Desde lá, acabou a direita, acabou a esquerda, o PSDB não consegue aprender a ser oposição, o PT aprendeu a ser autoritário, persegue a imprensa para não revelar os seus desmandos. Vou abrir um aparte, a imprensa erra, não só erra, mas erra. Sabota, mas mesmo assim, continua a cumprir o seu papel, como dito por Ruy Barbosa
: A imprensa é a vista da nação. Por ela é que a nação acompanha o que lhe passa ao perto e ao longe, enxerga o que lhe malfazem, devassa o que lhe ocultam e tramam, colhe o que lhe sonegam, ou roubam, percebe onde lhe alvejam, ou nodoam, mede o que lhe cerceiam, ou destroem, vela pelo que lhe interessa, e se acautela do que ameaça”. A impensa erra quando vela pelo que interessa a ela mesma, esquecendo que não deve passar de um instrumento de utilidade para o povo.

Como eu disse no começo, por essas e outras parece que esta homogeneidade começa a ser quebrada e quero crer que sim. Quem alavanca para que cada partido e candidato mostre a sua cara e se posicione mais claramente é a própria sociedade, organizada ainda com instrumentos rudimentares e não tão popularizados, mas já faz os seus ensaios. Prova disto são as ONG's Movimento do Voto Consciente, Ficha Limpa, e tantos outros sites que se prestam a acompanhar e tabular dados dos profissionais da política medindo o seu desempenho por participação, lisura e comprometimento. Partidos que levam a sério estas iniciativas e têm estes preceitos em sua constituição, puderam aderir sem pestanejar a todas as iniciativas civis neste sentido. Outros não podem sequer clicar.

Foi me utilizando destas ferramentas e pesquisando, baseada que quero candidatos comprometidos com:
mais justiça social: justiça social para todos, para mim também, analfabetos, doutores, empregados e empresários, brancos, pretos, pobres e ricos, somos uma só nação;
educação como foco primordial;
- candidatos comprometidos com a lisura;
- e que sejam vencedores, tenham destaque na carreira e vida que escolheram, que tenham conseguido as coisas com esforço, comprometimento, estudo e dedicação. Não quero candidatos que se vangloriem de não terem qualquer diploma, pessoas assim no fundo não acreditam na educação como instrumento de transformação e eu acredito.
Através destes critérios, escolhi os meus candidatos.
Resolvi divulgar, afinal, fica mais rica a vida do escritor se ele participa da própria história.

Presidente - 43
Marina Silva seu vice Guilherme Leal 
Governador - 40 Skaf e
sua vice Marianne Pinotti
Senador - 430 Ricardo Yong 
Deputado Federal - 4030 Gabriel Chalita 
Deputado Estadual - 13023 Galeno Amorim 

Surpresos? Eu vou votar num petista? Sim, eu vou. Isto faz parte das mudanças que citei. Antigamente, eu votava na legenda sem ao menos escolher um candidato, deixava que a lei partidária e os meus companheiros decidissem quem iria, agora tive que mudar.
Escolhi os candidatos, um a um.
Não há mais um partido que possa me representar, além do mais, do jeito que eu fazia, coloquei
Genoino e Zé Dirceu e isso, nunca mais! 
Eliana de Freitas
Enviado por Eliana de Freitas em 24/09/2010
Alterado em 29/09/2010


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